ESTAMIRA, O AVESSO DA VIDA

ESTAMIRA
Que vê-se neste rude rosto?
Uma beleza escultural?
A vida dura, inclemente
e todo o bem, também o mal.
Os vincos marcam a dureza
De longos anos, desventura
Por fora não há beleza
Por dentro há formosura.
Um rosto em que há dignidade
Batendo de frente à vida
Que nunca sucumbiu à sorte
Que nunca deu-se por vencida.
Nunca viveu facilidades
Que eu você obtivemos
Pressinto nele a bondade
Que nunca, talvez, a tivemos.
Uma nobreza de postura
Diante da adversidade
Não vejo nele amargura
Tampouco nele há maldade.
Um simples e belo sorriso
Tão simples quão comovente
Sorriso que está faltando
No rosto de rica gente.
Diante dele me envergonho
De ver que tanta mordomia
Têm muitos que indevidamente
Conseguem em sua vilania.
Também, me causa um pesar
Ao ver que comigo mesmo
Às vezes fico a lamentar
Por coisas vís que desejo.
Aprendo diante deste rosto
Num corpo já encurvado
Que nada faltou-me em vida
Faltou amor haver dado.
Amor devido ao que sofre
Com a tristeza, fome e dor
Para sanar estas feridas
So há um meio: O AMOR.
Autor: Paulo Rogério Pires de Miranda
Todos os Direitos Reservados ao Autor
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